(Publicado na Revista MURO, do meu amigo Paulo F: www.revistamuro.kit.net)
Foi só um segundinho, uma olhadinha na janela azul, de céu de brigadeiro, castelinhos de Paris, frio. Ali que eu queria estar, sem me importar. Eu comigo mesma. Longe do mundo dos que conheço, dos que temo, dos que me doem tanto.
Foi só um segundinho de felicidade, um minutinho. Aquele segundinho gostoso onde você não se preocupa com nada e nada é suficientemente importante a ponto de dar um nó na garganta, um desespero sem fim. Eu gasto mais tempo aqui lendo poesias do que fazendo o que tenho que fazer. Tento achar algo que me comova, que me faça chorar muito (a tempestade) e depois ter a sensação de que passou, passou, agora vem a calmaria. Acho que tenho medo de tempestades só porque sei que elas são escuras e de escuro eu já tenho muito. E depois gosto de ver o céu clareando novamente, a calma, a paz, as folhas molhadas correndo o chão, o barulho de pneu rodando em cimento molhado… a calmaria.
Quantas tempestades eu ainda vou ver? Quantas vezes ainda vou sofrer sem saber nem mesmo o por quê? Muitas. Isso dá medo. Isso dá muito medo. Angústia. Minha garganta. Meu estômago embrulhando. Acho que vou fumar um cigarro. E olhar pro céu. Ele ainda está de brigadeiro.
QUER ME A HONRA DA CONTRA-DANÇA ATÉ A TEMPESTADE ACABAR?
ReplyDeleteTRANSFORMARAFINAL, DEPOS DA TEMPESTADE VEM A ENCHENTE...
Senhorita Debora, a senhora me disse que não mostrava seus escritos a ninguém.
ReplyDeleteHummm! Que bom saber que o faz em um cantinho como este. Adorei a sensibilidade e a intensidade do seu texto. Linkei vc no Lenta Composição.
Beijos