o grande 'problema' da aquariana
é que não importa quem vc. seja
- pai, mãe, namorado, amigo, rei,
fodão, zé de rua etc. -, ela SEMPRE
vai dizer na sua cara tudo que quer
e pensa sobre vc.
isso assusta os covardes.
sei que assusta.
a base de uma aquariana são duas
palavrinhas muito importantes e pouco
ativas hoje em dia:
LIBERDADE e HUMANIDADE.
ela fala na sua cara coisas que podem
parecer 'ofensa' e 'petulância'
- sem medo da briga, do confronto, inclusive -
porque simplesmente sua essência diz que
todos os seres humanos são
ABSOLUTAMENTE IGUAIS.
iguais a ela, inclusive.
aquarianos não nasceram para viver sob regras-padrão
e 'dentro do cercadinho'.
e isso não quer dizer
que não sejam extremamente
focados, conscientes, justos e
responsáveis quando precisam ser.
a aquariana é uma verdadeira rebelde mas muito inteligente.
para ela não existe fodões e não-fodões.
existe apenas os fracos e os fortes.
os que têm garra e os que não têm.
a aquariana jamais vai calar
na frente de qualquer um.
ela não é boa. ela também não é ruim.
ELA SÓ PENSA DIFERENTE.
SIMPLES ASSIM.
Wednesday, 24 March 2010
Wednesday, 10 March 2010
fuck you all.
senhor, você vai sentar?
sim.
à vontade.
sentou.
sem problemas.
em pé, eu, ônibus lotado.
sou jovem, posso ficar em pé.
calor dos infernos.
calor de são paulo.
calma.
o banco na frente de onde estou fica vago.
uma mulher me empurra e senta.
quero xingar a vadia.
não.
penso na natureza.
penso em verde.
penso em céu cor de rosa.
ligo meu som do celular.
sugar kane > sonic youth > and fuck you all.
eu realmente sou uma menina muito fofa.
repare.
às vezes é preciso olhar duas vezes.
sim.
à vontade.
sentou.
sem problemas.
em pé, eu, ônibus lotado.
sou jovem, posso ficar em pé.
calor dos infernos.
calor de são paulo.
calma.
o banco na frente de onde estou fica vago.
uma mulher me empurra e senta.
quero xingar a vadia.
não.
penso na natureza.
penso em verde.
penso em céu cor de rosa.
ligo meu som do celular.
sugar kane > sonic youth > and fuck you all.
eu realmente sou uma menina muito fofa.
repare.
às vezes é preciso olhar duas vezes.
cecília, você é uma coisa...
“Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
em que espelho ficou perdida a minha face?”
CECÍLIA MEIRELES
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
em que espelho ficou perdida a minha face?”
CECÍLIA MEIRELES
Monday, 1 March 2010
conto do amor que um dia foi muito
(com base nas músicas Amor de Muito e Risoflora, de Chico Science & Nação Zumbi)
O marinheiro voltou com um molambo de fracasso como vela.
A maresia corroeu seus desejos mais antigos.
A ferrugem da espera nos olhos da mulher feita.
E agora?
O que sobrou para dizer um ao outro?
Só areia e lonjura.
Nem as tentações e as vagabundagens foram submetidas, o que daria algum suspense na história. Foi uma ausência engolida a seco. E pronto.
Se olharam, se olharam.
Cada qual com seus "lá dentros" pedrados de arrecifes.
Ela ainda tentou achar no corpo dele um cravo que só ela - e mais nenhuma rapariga - conseguia espremer em suas tardes de calma e ternura.
Ele não se moveu do canto e parecia afundar em suas movedices de criança.
Aí uma brisa intriguenta bafejou nos seus cangotes uma pergunta:
- Por amor ou por besteira?
Ele só quer escutar o que ela quer dizer.
Ele tem uma tatuagem de Corto Maltese no lado esquerdo do peito.
Balada do Mar Salgado, ela decifra.
Seu coraçãozinho de maria-farinha à milanesa não sentia amor nem cócegas de tanto aperto.
Ele pensou "dois perdidos no paraíso", mas nada disse, de tão besta e óbvio que seria quebrar o silêncio com uma loa tão morna.
Será que havia jeito?
Ele pensou em outra coisa:
"Eu sou um caranguejo e estou de andada. Só por sua causa".
Já era algo, mas ela não sabia mais ler os seus pensamentos.
Coisa triste, repita comigo.
Ele pensou melhor: "Quem sabe molhando as ideias com uma cerveja".
Não havia um mascate da espumosa a léguas.
Teria magoado a moça ao ponto?
Lembrou que havia um samba de regeneração batucando na cabeça. Aí tem coisa, suspeitara.
Havia feito sim uma promessa.
DE MUDAR DE VIDA.
Mas como todo homem: memória gasta pela ferrugem do desleixo.
Flores apenas para enfeitar o pós-barraco.
Movediço na frouxa areia de sabotagem.
Chega.
Tramela nos ares, som forte de batida de porta.
Aí ela disse ao vento: "Por que ele está aqui mesmo?"
Deu vontade (nela) de escrever no balãozinho tatuado do Corto Maltese:
"Eu sou um marinheiro fuleiro!".
O mar devolvia à praia esculturas do acaso, como em uma antiga exposição
do artista Paulo Bruscky. Ela gostava.
A tarde mais longa do século.
Quem sabe a breguice de um belo pôr-do-sol nos tire dessa,
ela em raro tic-tac de esperança.
Uma romântica?
"Antigamente", ela respondeu ao seu próprio desconfiômetro.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
Ele afundava com seus pés de pato movediços. Ela ainda tentou dizer coisas.
Mas ele não estava mais à sua altura.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
(Repete até o completo entendimento do sujeito!)
XICO SÁ
O marinheiro voltou com um molambo de fracasso como vela.
A maresia corroeu seus desejos mais antigos.
A ferrugem da espera nos olhos da mulher feita.
E agora?
O que sobrou para dizer um ao outro?
Só areia e lonjura.
Nem as tentações e as vagabundagens foram submetidas, o que daria algum suspense na história. Foi uma ausência engolida a seco. E pronto.
Se olharam, se olharam.
Cada qual com seus "lá dentros" pedrados de arrecifes.
Ela ainda tentou achar no corpo dele um cravo que só ela - e mais nenhuma rapariga - conseguia espremer em suas tardes de calma e ternura.
Ele não se moveu do canto e parecia afundar em suas movedices de criança.
Aí uma brisa intriguenta bafejou nos seus cangotes uma pergunta:
- Por amor ou por besteira?
Ele só quer escutar o que ela quer dizer.
Ele tem uma tatuagem de Corto Maltese no lado esquerdo do peito.
Balada do Mar Salgado, ela decifra.
Seu coraçãozinho de maria-farinha à milanesa não sentia amor nem cócegas de tanto aperto.
Ele pensou "dois perdidos no paraíso", mas nada disse, de tão besta e óbvio que seria quebrar o silêncio com uma loa tão morna.
Será que havia jeito?
Ele pensou em outra coisa:
"Eu sou um caranguejo e estou de andada. Só por sua causa".
Já era algo, mas ela não sabia mais ler os seus pensamentos.
Coisa triste, repita comigo.
Ele pensou melhor: "Quem sabe molhando as ideias com uma cerveja".
Não havia um mascate da espumosa a léguas.
Teria magoado a moça ao ponto?
Lembrou que havia um samba de regeneração batucando na cabeça. Aí tem coisa, suspeitara.
Havia feito sim uma promessa.
DE MUDAR DE VIDA.
Mas como todo homem: memória gasta pela ferrugem do desleixo.
Flores apenas para enfeitar o pós-barraco.
Movediço na frouxa areia de sabotagem.
Chega.
Tramela nos ares, som forte de batida de porta.
Aí ela disse ao vento: "Por que ele está aqui mesmo?"
Deu vontade (nela) de escrever no balãozinho tatuado do Corto Maltese:
"Eu sou um marinheiro fuleiro!".
O mar devolvia à praia esculturas do acaso, como em uma antiga exposição
do artista Paulo Bruscky. Ela gostava.
A tarde mais longa do século.
Quem sabe a breguice de um belo pôr-do-sol nos tire dessa,
ela em raro tic-tac de esperança.
Uma romântica?
"Antigamente", ela respondeu ao seu próprio desconfiômetro.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
Ele afundava com seus pés de pato movediços. Ela ainda tentou dizer coisas.
Mas ele não estava mais à sua altura.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
A menina que esperava o seu homem chegar havia perdido as graças do mar.
(Repete até o completo entendimento do sujeito!)
XICO SÁ
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