uma vez me disseram que amor é aquilo que deixamos navegar
sem saber se voltará para nosso porto seguro.
sabemos que seguro ele é, o maior de todos.
aquele que tem beleza, vento e calma.
ficamos ali, com chuva, sol, inverno, verão.
olhamos de perto você, ao mar, longe, longe...
cada vez mais. vai tão profundo que parece ter desaparecido para sempre.
quando em uma noite de neblina e pesar... você volta.
você sempre volta.
quantas vezes te escutei dizer que meu colo, meu porto, era o mais bonito de todos, o mais seguro do mundo, o mais interessante e forte e... ah! não sei dizer, meu deus! o que está acontecendo comigo?!
o mais certo de paz e tranquilidade e doçura e...
amor.
novamente você faz suas malas e sai em busca de mares revoltos, pessoas opostas e tempestades mil.
gostamos de tempestades.
entendo você.
choro rios e mares e um minuto depois acalmo, calo profundamente.
como se tivesse certeza de que mesmo viajando por todos os mares do mundo,
conhecendo todas as tempestades do universo,
você sempre volta para mim.
meu porto.
minha paz.
quando algo é aquilo que é e, irresistivelmente, nos sentimos tragados por isso,
não existe mar no mundo que nos tire do eixo.
amor é deixar ir embora.
como te deixo, como te solto, como chego até a te empurrar.
de ódio. de birra. de graça. de faz de conta.
de sofrer.
de amar. de amar. de amar.
te beijo o rosto e olho como se dissesse 'vai, vai, vai...!
vai brincar de viver, vai brincar de ser feliz,
vai ser o que é, minha alma gêmea tão bem traduzida'.
porque tenho a certeza, no fundo do meu coração, de que você sempre volta.
sempre.
sempre.
sempre.
* I value this for its associations.
para lembrarmos para sempre da noite do frio, do vinho e do gravador.
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