Friday, 15 June 2007

Ao léu

Hoje eu vou sair por aí,
sem ninguém me encontrar.
Sem sentir.
Escrevo frases desconexas e desesperadas em pedaços de papel.
Vi num filme, boa idéia: escrever e jogar fora.
Num lixo, queimado numa bituca de cigarro,
ao vento, ao léu.
Palavras ao léu, atiradas como flechas.
Sabe-se lá quem vão atingir.
Mas sempre atinge alguém, sempre.
E quando atinge, dói. Ou não.
Hoje vou sair por aí,
ver as luzes da cidade e não parar de olhar
até que fiquem tortas e angustiantemente lindas.
Luzes drogadas, atiradas, como minha alma.
Perplexa como uma criança de 2 anos de idade...
que só descobre agora como o mundo é feio. E triste.
Uma criança drogada.
Hoje vou sair por aí. Sem sentir.

2 comments:

  1. E seguir assim nos permite respirar sem dificuldade...
    É, essas "flechas" dilaceram.

    Nos veremos (se assim posso dizer) sempre por aki!

    Um beijo!!!

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  2. O mundo é yang, ele nos proporciona essas frases soltas,desconexas,escritas aqui e ali e finalmente jogadas fora. Nós somos yin, recebemos as frases.

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